top of page

Reforma Tributária. Pesquisa aponta preocupação de Insegurança Jurídica

76% das empresas esperam a simplificação do sistema tributário brasileiro com a reforma tributária; Mas, a transição para um novo modelo tributário traz preocupações como gastos não previstos com 60% dos apontamentos, seguido por insegurança jurídica (49%) e perda de incentivos (42%).

Além do custo da conformidade à tributação, 72% dos entrevistados disseram que o maior desafio em 2022 foi encontrar profissionais qualificados para área tributária;


Na busca por eficiência e segurança de dados, 71% das empresas pretendem adotar ferramentas hospedadas em nuvem para as atividades tributárias.


48% pretendem investir em I.A. ou ferramenta cognitiva para apoiar as atividades da área fiscal.


As empresas brasileiras estão se debruçando sobre os cenários da Reforma Tributária e pretendem investir mais em tecnologia e profissionais capacitados para ganho de eficiência.


Embora preocupadas com o aumento dos gastos e a insegurança jurídica durante o processo de transição para um potencial novo modelo tributário, as organizações esperam por uma reforma que de fato simplifique o sistema atual, como mostra a pesquisa “Tax do Amanhã – Tecnologias e recursos para os atuais desafios tributários das organizações”, realizada pela empresa global Deloitte, que consultou mais de cem empresas para compreender como a complexidade do ambiente tributário do Brasil afeta o mercado de forma abrangente.


Mais de ¾ dos empresários esperam que a reforma simplifique o sistema tributário


O estudo detalha que a maioria dos empresários têm expectativas em relação à Reforma Tributária.


Entre elas, a principal expectativa continua sendo a simplificação de impostos (76%), objetivo central da reforma.

Além disso, mais da metade das empresas esperam que a reforma elimine (53%) ou reduza (51%) as redundâncias das obrigações acessórias.


Sobre o modelo ideal de reforma, 90% dos respondentes disseram que prefere prever a manutenção de créditos acumulados antes da vigência do novo modelo.


A transparência e previsibilidade bem como alternativas para a monetização desses créditos é fundamental para que o novo modelo tributário obtenha a confiança do empresariado.


A manutenção dos incentivos fiscais também é preferência da maioria dos entrevistados (67%).


No entanto, há uma discussão sobre a possibilidade de os incentivos causarem distorções que comprometam a competitividade dos mercados, uma das potenciais razões para não ser uma unanimidade entre os respondentes.


A criação de um imposto de valor agregado (IVA) que consolide os tributos das três esferas ainda é a proposta que agrada a maior parte das empresas participantes da pesquisa (57%).


Mas ainda se discute qual modelo, se um IVA federal ou dois IVAs, terá mais chance de aprovação nas casas legislativas, uma vez que interfere na arrecadação e autonomia de cada esfera, e de reduzir mais os custos de compliance tributário.


A maioria dos respondentes prefere o modelo com imposto seletivo federal incidente sobre serviços e mercadorias com externalidades negativas (56%). Porém alguns setores, tais como o de bebidas alcoólicas, argumentam que ele pode aumentar o mercado ilegal de produtos ao invés da arrecadação.


Mais da metade dos empresários acredita que 5 anos é o período necessário para transição para o novo modelo tributário.


Entre as empresas de grande porte é maior o percentual das que acreditam não ser necessário período de transição (21%), provavelmente sob o argumento de reduzir o custo e complexidade da sobreposição entre os dois modelos durante a transição.


Nos últimos três anos, o texto da Reforma Tributária foi debatido, especialmente, a parte de tributos sobre consumo e período de transição.


Espera-se que a transição tenha fases e que tenha redução de alguns tributos com a compensação por outros de maneira a manter a carga tributária atual.


Nesse contexto, há uma expectativa da maioria dos participantes da pesquisa que ela dure entre 5 e 10 anos.


Cresce preocupação com a segurança jurídica na transição da reforma


A pesquisa revela ainda que 95% dos empresários estão preocupados com a transição da Reforma Tributária.


Na edição anterior da pesquisa, eram 97%. Os custos não previstos continuam sendo a maior preocupação sobre a transição (60%).


A falta de segurança jurídica cresceu de 1% para 49% em comparação com a edição anterior. As empresas de maior porte sinalizam maior preocupação em relação à transição.


Contratar profissionais qualificados é desafio para as organizações


No complexo ambiente tributário do País, além do custo da conformidade à tributação, 72% dos participantes da pesquisa disseram que o maior desafio foi encontrar profissionais qualificados para área tributária.


A interpretação da legislação tributária elevou a necessidade de treinamentos e atualizações em novas tecnologias e metodologias (51%). Já 35% dos respondentes acreditam que aumentou a necessidade de treinamento em legislação e 33% que aumentou a rotatividade de profissionais.


Dados mostram também que 33% dos respondentes acreditam que aumentou a complexidade técnica da legislação. Isso pode elevar o nível de dificuldade das empresas no cumprimento dos prazos de entrega.


Empresas de grande porte chegam a contar com mais de 50 profissionais dedicados a área tributária, mesmo tomando benefício do suporte de especialistas externos (Outsourcing, co-sourcing ou advisory). Apesar da dificuldade de obter budget, houve aumento da contratação de recursos externos (25%).


Os modelos de contratação co-sourcing (profissionais da empresa e terceirizados) e outsourcing (somente profissionais terceirizados) são utilizados por metade das organizações que participaram do estudo.


As empresas de pequeno porte optam mais pelo modelo de co-sourcing e/ou exclusivamente terceirizado para evitar a ampliação da sua estrutura tributária.


Quanto maior o porte e mais abrangente a atuação, o compliance tributário torna-se mais complexo.


De acordo com o estudo, praticamente ¼ das empresas participantes perceberam aumento do número de fiscalizações. Cerca de 42% consideram alta a dificuldade para atender as fiscalizações.


Na esfera municipal, a apuração e pagamento dos impostos é o que mais onera as empresas, enquanto na estadual e federal é o preenchimento e entrega das obrigações acessórias.


O percentual de tempo dedicado à esfera estadual é superior às demais, independentemente da etapa da gestão tributária.


71% das empresas pretendem adotar ferramentas em nuvem


A promoção da segurança de dados adquiriu maior relevância entre as empresas na comparação com a edição anterior da pesquisa.


Cerca de 71% afirmaram que pretendem adotar ferramentas hospedadas em nuvem para atividades tributárias. Na edição anterior, 61% pretendiam fazer isso.


A melhoria da performance da área tributária permanece como o principal objetivo da adoção das ferramentas hospedadas em nuvem.


O uso de soluções em nuvem vem sendo implementado por empresas que buscam aumento de performance da área tributária e segurança dos dados.


Reduzir erros nos processos (83%) foi o objetivo mais citado, ficando à frente da melhoria de performance (63%) que possuía maior percentual na edição anterior da pesquisa.


Metade quer investir em IA ou ferramenta cognitiva para apoiar as atividades fiscais


Os resultados mostram ainda que a maioria das empresas participantes acredita que a qualidade das análises tributárias irá melhorar com o uso de inteligência artificial (IA) e tecnologias cognitiva (92%). 88% das empresas participantes automatizam suas operações tributárias em algum nível.


O uso da inteligência artificial e da computação cognitiva pode aumentar a eficiência de atividades, reduzindo erros nos processos tributários.


A redução de erros na área tributária é objetivo prioritário para empresas de todos os portes. E os menores negócios estão igualmente preocupados com a agilização dos processos e melhora da performance.


Apenas 12% dos respondentes não contam com auxílio da tecnologia nas operações, em sua maioria são empresas subsidiárias dos setores de serviços ou agronegócios que operam em um estado apenas.


Apesar da elevada automatização na emissão de notas e lançamentos fiscais de entrada e saída, ainda há espaço para avanços na automatização de etapas como a apuração de tributos e a conferência e classificação de documentos.


Embora o custo de implantação seja o principal item avaliado, o investimento em tecnologias continua sendo prioridade das empresas participantes das edições 2020 e 2023 da pesquisa.


Houve aumento da priorização de investimento em otimização de processos. Dentre as empresas de pequeno porte esse é o item de maior prioridade.


O ganho de eficiência operacional com redução de trabalho manual é relevante na avaliação da a adoção de tecnologias.


Perfil da amostra


A pesquisa “Tax do Amanhã” foi conduzida pela Deloitte entre novembro de 2022 e janeiro de 2023.

Dos entrevistados, 79% ocupavam cargos executivos, sendo que 72% atuam na área tributária.

Cerca de 53% das empresas participantes tiveram faturamento maior que R$ 500 milhões em 2022.

Dois terços das empresas (66%) têm sede em São Paulo, 14% no Sudeste (sem SP), 15% na região Sul, 3% no Nordeste e 2% no Centro-Oeste e Norte.

Os entrevistados atuam na área de Serviços (26%); Agronegócio, alimentos e bebidas (17%); Manufatura (15%); TI e Telecom (15%), entre outros segmentos.


(Fonte: Deloitte)



bottom of page